quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ONErpm: Distribuição de música digital independente


O serviço de música digital do Terra, o Sonora, organizou uma mesa de debate sobre o mercado digital nos dias de hoje. Em um contexto em que a música está cada vez menos dependente de CD e cada vez mais na rede e em plataformas móveis, a indústria fonográfica teve que se adaptar a essas mudanças para não perder a vez. No palco, James Lima, há 15 anos na carreira fonográfica independente e representante da distribuidora digital ONErpm no Brasil e na América Latina, mostrou como o modelo de negócio da distribuidora tem funcionado muito bem no Brasil. James contou que desde que as lojas de CDs começaram a sumir do mapa, ele estava em busca de um formato para distribuir música sem depender de um local físico. Foi aí que ele descobriu a ONErpm dos americanos Emmanuel Zunz, fundador do selo Verge Records; Matthew Olim, co-fundador da CDnow - empresa pioneira da distribuição de música digital - e Dmitri Vietze, fundador e propreitário da agêndia Rock Paper Scissors.

Esta é uma distribuidora de música digital que faz ponte entre músicos independentes, selos e lojas como iTunes, Sonora (Terra), UOL e até operadoras como a Tim, Vivo, Claro e Oi, que disponibilizam as faixas também como ringtones, truetones e afins. Qualquer artista ou produtor independente (ou não) pode fazer o cadastro e inserir suas músicas no site, colocando uma capa no CD e até escolhendo as lojas e países onde quer que sejam distribuídas suas canções. Então, depois de 48 horas, as faixas estarão disponíveis para download nas lojas virtuais que a pessoa escolher e prontas para serem consumidas. "Ela funciona como uma distribuidora de música digital com auto-atendimento", explica James.

O upload de um álbum, com até 14 músicas, que será distribuído apenas para o iTunes, por exemplo, custa R$29,90 e a distribuição para todas as lojas chega até R$60. Já o upload de um single, até quatro músicas, é R$10 para todos os canais.

Como a ONErpm tem parcerias com grandes lojas virtuais, o trâmite funciona sem intermediários, algo bastante incomum no Brasil. E o melhor, os artistas ficam com 90% dos royalties pagos pelas lojas. Os autores e produtores também podem publicar de graça as músicas na própria loja da ONErpm e disponibilizar downloads promocionais de até três músicas por álbum. "Nós queremos fazer algo justo para o artista".

Aqui no Brasil, Céu, Bebel Gilberto e até Xitãozinho e Xororó já entraram na onda. E o que tornou o negócio ainda mais atrativo é que a empresa não exige exclusividade como canal de distribuição, ou seja, os donos das músicas têm 100% dos direitos autorais. Todo o dinheiro arrecadado pode ser resgatado, a qualquer hora, pelo PayPal, o que também permite que os artistas controlem suas vendas em todas as lojas de maneira bem transparente. Caso o artista queira sair da plataforma, ele encerra seu contrato tranquilamente e retira sua música do ar.

Apesar de o modelo ser um facilitador para o artista, James, que agora também é sócio da plataforma, garante que pra eles também é um bom negócio, pois pode se expandir para games, livros e um monte de outras coisas. "Se daqui um tempo tivermos milhares de conteúdos dentro da plataforma, nós conseguiremos um bom lucro". A ONErpm foi lançada no Brasil e América Latina em setembro de 2010 e a partir deste mês começa a funcionar para o mercado americano. Pra quem se interessou pelo projeto, entre no site e conheça mais e, quem sabe, cadastre sua música.

Fonte: Olhar Digital

Por: Stephanie Kohn